Is the perfect day to make wishes.
31 de dezembro de 2010
30 de dezembro de 2010
2011
2011 ano feio por sinal. Não gosto de anos ímpares. Parecem imperfeitos só por si. Por outro lado, a vida já me ensinou que os caminhos mais feios são porventura os caminhos mais rectos e certeiros. Ou seja, nem tudo que luz é ouro e nem tudo que parece é. Portanto, eu só desejo que este ano seja um ano de fechamento de um dos ciclos mais dificeis da minha vida. Que seja um ano de plena realização profissional e pessoal, o fim de muita coisa e o início de muitas outras. Que seja um ano feito de continuidades e de mudanças. Neste ano quero é colher um pouco daquilo que semeei nos últimos anos, com muita paciência e perseverança. Esse é o meu desejo, desejo esse que estendo a todos que por cá passam.
29 de dezembro de 2010
Silêncio
Momentos de introspecção vividos a sós, de mim para mim. Nesses momentos, não deixo entrar ninguém, nem "tu" entras. Não deixo. No meu mundo mais íntimo onde eu preciso de me reencontrar, só há espaço para um, e esse "um" sou eu. Momentos de silêncio profundo, onde as grandes decisões são alicerçadas, reflectidas, ponderadas com o sentimento inteligente de quem busca credibilidade sem descurar a responsabilidade. Momentos de viragem, do tudo ou nada, onde busco a minha verdade para a partilha com os outros. Nesses momentos, quero estar comigo a sós. As minhas dores mais profundas não são partilhadas. Nelas busco e encontro a força que necessito para (re)nascer.
28 de dezembro de 2010
..........
Se eu pudesse escolher, seria assim
Queria manter-te, assim, em estado puro, longe de tudo aquilo que corrói a espontaneidade do sentimento. Queria manter-te longe da vida social, banal e inerte. Queria que fosses sempre assim, a minha estrela de cinema e eu na plateia, em silêncio e no escuro, observando cada gesto teu, aplaudindo, sorrindo e levitando para (bem) longe daquele olhar. Queria manter-te apenas para mim, guardar-te como se guarda um segredo, bem lá no fundo de um tesouro perdido num lugar sem nome. Queria manter-te só meu, para sempre, no meu ninho, no anonimato do meu amor. Odeio pensar que terei de te colocar um rótulo "social", seguramente redutor e potencialmente mortífero. Quando isso acontecer, o nosso amor passará a existir para além do sentimento, ele será feito "coisa". O nosso amor terá sido colocado numa moldura social para que todos possam ver, identificar e nomear. Passaremos a existir para além do sentimento que nos une, o essencial passará (eventualmente) para segundo plano. O nosso amor ganhará uma existência social, ali, ao lado (e por vezes longe) da sua existência essencial. Mas eu, eu queria guardar-te apenas dentro de mim, bem ao lado do meu sentimento por ti, num tempo fora do tempo, num momento sem fim. Serias só tu e eu. Se eu pudesse escolher, seria assim.
Inspiração versus vocação
23 de dezembro de 2010
16 de dezembro de 2010
So this is Christmas
Dizem por aí que é Natal. Não decorei nada em casa. Coloquei apenas umas figuras representativas da Sagrada Família com o menino Jesus lá bem no centro. Tratam-se de uns bonecos em tamanho miniatura que me custaram 4 euros e que eu própria pintei. Bem ou mal, pouco importa. O essencial da mensagem está lá. De resto, a minha casa está isenta de apetrechos natalícios. Não tenho tempo para estar em casa, e quando estou, limito-me às areas estratégicas do escritório e do quarto, portanto qual o interesse em enfeitar a casa? Apesar de tudo, a partir de amanhã quero interiorizar o espírito natalício que, esse sim, ornamenta a minha "casa" por dentro, todos os dias da minha vida.
10 de dezembro de 2010
Me, Myself and I
9 de dezembro de 2010
.....
Desde que cá cheguei, tive dois meses e pouco de trabalho árduo, 7 dias por semana, com um horário com paragens destinadas apenas para comer e para ir ao ginásio. Senti-me ao longo destes dois meses um verme em busca de fruta fresca em pleno inverno. Tanto andei que dei por mim exausta, desmotivada, direi mesmo triste. Esta semana tive de parar um pouco. Aproveitei os feriados para respirar fundo e tive um fim-de-semana para olhar em meu redor. Este fim-de-semana terei outro. Hoje sinto-me melhor, com mais força e pronta para mais uma rodada porque motivos para continuar não me faltam e a acção vem já de seguida. A isto eu chamo motivação (motivo+acção). Quando acabar isto, rapto uma pessoa e tiro umas férias mais que merecidas.
2 de dezembro de 2010
Curiosidade nº 1
O mundo do ensino é um mundo fascinante. Não me refiro aos meus queridos colegas e ao ambiente cão que se vive nos corredores. Não, refiro-me aos alunos/as. Não consigo gerar ódios mesmo depois de ter reprovado mais de metade de uma turma. Os alunos espantam-me porque quando tratados como gente de bem, ou seja, quando tratados com frontalidade e generosidade, eles são os primeiros a reconhecer as suas falhas e erros, e na volta, voltam à carga porque querem evoluir e serem melhores. Basicamente querem jogar limpo comigo e acima de tudo consigo mesmos e com o seu futuro. Estou espantada. Belisquem-me.
ps: tb dei excelentes notas. uma minoria, certo, mas dei.
W-o-R-k
E passados dois meses.....
Continuo a achar que regressar a casa foi o melhor que me aconteceu nesta fase da minha vida. Tive um pequeno mês de adaptação que se revelou mais complicado pelo facto de ter de gerir várias tarefas ao mesmo tempo e num curto espaço de tempo, mas um mês foi mais que suficiente para aprender a gerir esta maré de emoções fortes. A descoberta do mundo lá fora é fabulosa, o contacto directo e constante com a novidade é estimulante e agradável. Contudo não faltaram os momentos de extrema solidão, os dias (excessivamente) longos passados a sós, em tête à tête comigo mesmo e mais ninguém. Esses dias, não os esqueci. Ainda não me esqueci dessa dor lacinante que, vezes sem conta, amaciei com a palavra "amor" . Agora de regresso, sinto que fiz falta, que a minha ausência fez-se notar e que fui certamente lembrada e relembrada com muito amor e com muito carinho; porventura naqueles momentos em que eu também "chorava" silenciosamente do outro lado de lá. Volvidos dois meses sobre o meu regresso, ainda não me cansei de acordar todos os dias com o brilho deste sol tão português, tão nosso, mergulhada no frio que aprendi a não temer, e com todos aqueles que amo, agora bem perto de mim. É bom demais. O mundo lá fora há de me fazer falta, mas não para já. Tudo a seu tempo. O "meu mundo" é demasiado pequeno e precioso para me (voltar a ) perder num mundo demasiado grande e impessoal.
29 de novembro de 2010
Hoje
26 de novembro de 2010
19 de novembro de 2010
E depois de um grande susto...
17 de novembro de 2010
.....
Ter a vida em suspenso é uma coisa tramada. Apesar dos flashbacks que me assolam a moina, procuro manter uma aparente serenidade e não pensar no pior. Aliás, nunca se pensa no pior, sei como é, já vivi este filme num passado ainda recente, passado esse que quero esquecer. Dizia eu então que mantemos sempre o espírito positivo até que o diagnóstico nos tire as dúvidas. Até lá respiramos fundo e desejamos que este pesadelo passe depressa. Pior é se o pesadelo não passar....e vier para ficar.
16 de novembro de 2010
Devia ter ficado em casa
Depois há dias em que uma pessoa até vai na boa fazer uns exames ditos de rotina e regressa a casa com um relatório e com uma biópsia à mama por fazer. Fosca-se. No final penso para mim, mais valia ter ficado em casa quieta porque eu não tenho tempo para estas coisas.
15 de novembro de 2010
Vamos lá
E depois de um fim de semana a trabalhar a meio gás, mas a trabalhar, é duro recomeçar a semana. Os fins de semana são como uma ilha de retempero para a alma. São passados em casa, com trabalho, mas repletos de sorrisos, de gargalhadas, de comida (tou feita ao bife), numa combinação de histórias e de momentos vividos a 2, a 3, e a 5. Sabe mesmo bem.
12 de novembro de 2010
11 de novembro de 2010
Eu e o São Martinho
Explorar o Mundo
Tenho saudades de viajar. Saudades de descobrir novas realidades, saudades de me espantar com o diferente, com o outro. É tão bom embora por vezes tão doloroso sermos confrontados com o outro, mas no final do percurso crescemos sempre por dentro e por fora. Alargamos os nossos horizontes, relativizamos os problemas, a vida torna-se mais leve e mais bonita, sempre repleta de emoções renovadas. Tenho saudades de viajar, de debater ideias com outras culturas, encontrar e descobrir novas racionalidades. Tenho saudades e sei que hei de pôr termo a estas saudades dentro em breve, porque oportunidades não faltam. Mas por enquanto, ainda é tempo de rentabilizar o investimento de 3 anos, e de dar saída a 3 novos desafios que me têm batido à porta desde que cá cheguei, precisamente, vindo de fora, desse mundo que eu não quero esquecer - e que não se esqueceu de mim. Assim sendo, "trabalho" e "recolhimento" marcam a ordem do dia do meu dia a dia, preparando assim novos voos, novos desafios para um futuro que se quer próximo.
9 de novembro de 2010
No comment
Já vou em 220 páginas e ainda me falta 1/3 desta coisa chamada tese de doutoramento. Já vomito entrevistas até aos olhos, fotocópias, artigos de jornais e não sei que mais. Tenho dias em que meus neurónios dão de si, tal como hoje, em que me deitei sem jantar - esqueci-me de jantar - e acordei de madrugada com uma brutal queda de açúcar. Estou ligeiramente farta disto. nunca mais me meto noutra igual. E pronto. De manhã tive de acordar às 7h, consulta de rotina no médico, levei logo com um lista de exames desde mamografia, ecografia, exame ao sangue, electrócardiograma, e levei com uma vacina por bom comportamento. Portanto, ontem foi uma quebra de açúcar, poucas horas de sono no pêlo, hoje estou com dores no braço que nem me mexo. E pronto. Tou a ficar velha. Logo há mais uma rodada de trabalho e depois "temos aulas" que é para não perder o ritmo. E basicamente não faço mais nada na vida se não trabalhar. Já não me lembro de ter um fim de semana livre, nem de ler um livro ligeiro pelo puro gozo.
As a matter of fact...
Quando regressei temi um pouco o choque do regresso. Temi-o em todas as frentes, mesmo no amor. Mas hoje, sei que valeu a pena regressar, sobretudo para estar junto de quem se ama. A vida é de longe muito melhor, para além de diferente, quando se tem alguém bem perto de nós. Sinto saudades de alguns aspectos da vida que levava lá longe, sinto sim, e muito, mas se tivesse de escolher, a minha escolha seria bem clara: regressaria vezes sem fim ou então teria de levar essa pessoa comigo. Espero que isto não seja sinal de velhice :-).
8 de novembro de 2010
Imaginação
Porque a imaginação suplanta as fraquezas do corpo e as falhas da mente. Porque a imaginação remata as peças soltas da vida colocando ordem no desalinhamento das nossas vivências. Porque a imaginação dá cor, brilho e sentido à insensatez da vida. Porque a imaginação arranca-nos sempre um sorriso, mesmo quando choramos por dentro.
5 de novembro de 2010
A cenoura e o burro
3 de novembro de 2010
Mestre das Fintas
Será que nascemos todos com "um manual de instruções" no bolso traseiro das calças? Será que esse plano é talhado de igual modo para todos nós? Não sei. Apenas sei que há projectos que eu quero realizar na vida e que não está fácil realizá-los, simplesmente porque falhei no timing certo do planning. Das duas uma: ou nasci sem calças ou desviei-me do caminho supostamente "certo". Assim sendo, acredito que nascemos únicos, com planos completamente personalizados, mas também acredito que a vida impõe algumas regras gerais de bom funcionamento de modo a assegurar o bom funcionamento e consequente reprodução do sistema como um todo. Sendo assim, eu sou profundamente disfuncional, com tudo de bom e de mau que isso me trouxe e traz. Não cumpri agumas regras mínimas de modo a acautelar o bom funcionamento e reprodução do meu sistema vital. Conclusão, agora dedico-me ao finto que consiste basicamente em fintar as regras da vida, usando o paleio e alguma (muita) dose de devoção. E pronto, com ou sem calças com bolso traseiro, veremos de quem de nós os dois - eu ou o destino - leva a melhor.
2 de novembro de 2010
Sabor do dia
Hoje decidi inovar na minha loucura sã do dia. Não se espantem quando lerem isto porque hoje comprei um bolo mármore, pre-fabricado, numa versão melhorada da Dan Cake (ou não), e matei o bicho do desejo que havia em mim. Custou-me 70 cêntimos e foi de longe a melhor compra do dia, da semana e do mês. Aquele bolo satisfez-me os meus desejos mais primários, contribuindo grandemente para a minha estabilidade emocional. E pronto. Isto não tem nada de profundo, a não ser que para mim o prazer não tem lugar, hora, ou dia marcado. O prazer advém quando menos esperamos e eu dou-lhe sempre ouvidos. A palavra sabor, taste ou saveur escreve-se de vários formas mas terá sempre a mesma significação onde quer que eu me encontre. O importante é saborear a vida com todos os seus paladares, dos mais primários aos mais requintados. Portanto hoje foi dia de bolo, do mais rasco que há. Who cares, life could be worse.
O Trapézio da Vida
O dia acordou solarengo. Um sol enorme. Belo. Quente. A vida acontece numa correria quase que normalizada. O amor manifesta-se aqui e ali colorindo os escassos minutos de retempero da alma. As pausas são curtas, mas plenas. A vida decorre sem grandes sobressaltos, sem grandes acontecimentos, numa paz compenetrada, rentabilizando forças e investimentos com os olhos postos num futuro ainda desconhecido. Não há tempo para queixas. O tempo urge e a vida não pára. Sinto-me que nem uma trapezista, saltando de corda em corda, atirando e largando o meu corpo no vazio, num élan sempre renovado. Olho em frente, mantenho-me firme, respiro fundo num compasso certo e controlado para que o corpo não me falhe. Não penso, não choro, não temo o dia de amanhã. Concentro-me apenas no meu objectivo e no dia de hoje. À noite, recolho-me nos teus braços, durmo um sono profundo, quente, e seguro. A noite é longa, doce e suave. Amanhã é outro dia, muito semelhante a este que passou, mas dia após dia, vou somando pequenos passos que hão de me levar mais longe neste trapézio da vida.
1 de novembro de 2010
Hallow
Hoje é dia de celebração do dia dos mortos e eu odeio esse dia. Odeio-o por motivos muito pessoais que se prendem com a ausência do meu pai para todo o sempre. Como poderei eu celebrar esse dia? Nunca. Jamais. Desprezo esse ritual absurdo que consiste em lembrar quem amamos uma vez no ano, ostentando as melhores peças de roupa e deambulando-nos pelos cemitérios como se de um café se tratasse. Odeio esta falta de respeito duplamente manifesta para quem já partiu e para quem cá ficou. O recolhimento é para mim sinónimo de silêncio, de comunhão vivenciada na solidão, longe dos olhares dos outros, longe do barulho e das gargalhadas de café. Odeio este dia. E por mais que me tente abstrair deste dia, não consigo. Não consigo entender quem se presta a este ritual de visitação com toda a pompa e circunstância. Não consigo. Por dentro, sinto-me devastada, ceifada, vazia. Talvez por isso se fale tanto no Hallow-een. "Hallow" não significa vazio? Não será tudo isto uma espécie de culto pagão ao vazio espiritual. Como todo o devido respeito para quem leva toda esta tradição muito a sério, confesso a minha confusão mental em descodificar o verdadeiro sentido destes cultos desprovidos de sustância espiritual.
29 de outubro de 2010
Bom Fim de Semana
27 de outubro de 2010
Lack of time
Ando sem tempo, ou melhor, passo o tempo todo a correr atrás do tempo, com o sabor amargo de não ter aproveitado da melhor forma o tempo que já passou. Ando sem tempo para escrever aqui. Teria muito que dizer mas não tenho tempo nem energia para escrever tudo quanto eu gostaria. Desde que cá cheguei divido-me por entre múltiplas tarefas que me desgastam e que me deixam pouco tempo para fazer o que realmente me dá prazer. Aqui ainda não consegui determinar dias fixos de ginásio porque o cansaço varia muito de dia para dia. Aqui, toda e qualquer deslocação é feita de carro, o que me consome tempo, imenso tempo. As aulas consomem-me tempo útil para a redacção da tese e o cansaço acumula-se, juntando-se à sensação de frustração que se instala por não ter alcançado os objectivos propostos para a semana. Dias e meses difíceis estão para vir. Corro para dormir, corro para estar com as pessoas à minha volta, corro para dar aulas, corro para trabalhar na tese, corro para ir ao ginásio e no final da semana sou presenteada com a bela sensação de missão não cumprida. A minha vida anda no sentido contrário dos ponteiros do relógio, ou seja, para trás. O meu único prazer é poder estar com as pessoas que amo, prazer este que se esbate pela omnipresença do sentimento de culpa que se instala. Conclusão, Portugal está em recessão e eu também. Ou eu mudo de atitude ou estou em depressão daqui por uns meses. Simples não? Ora.
18 de outubro de 2010
Acredito nisto....
Enfim...
Se me tivessem dito que uma aulinha de 30 minutos de Power Plate me iria pôr de rastos e que teria de recuperar durante dois longos dias, pois, teria pensado duas vezes antes de me atirar de cabeça numa aulinha direccionada para os habitués do ginásio. Qual habituada qual quê! Aquilo é de uma violência para as articulações que vou ali e volto. Faz bem aos músculos, que tonifica, tonifica, sem a menor sombra de dúvidas, mas que não é para ser feito de ânimo leve, estilo, na potência máxima logo na 1ª aula, isso é que não. De todo. Sinto-me num frangalho e só me apetece bater na prof que me deu orientação nesse dia.
15 de outubro de 2010
Fed up
Como é possível ver televisão portuguesa? melhor, como é possível apreciar televisão portuguesa quando a maioria dos programas são nivelados por coisas bizarras como sendo a Casa dos Segredos e novelas sem fim. Ligo muito pouco ver mesmo nada à televisão, mas é duro chegar à cama e querer desanuviar a cabeça ligando a TV e ter de chegar à conclusão que o melhor é deixar aquela coisa parada, estilo sem imagem e sem som: morta. Já sei que estamos em época de crise e que é preciso animar a malta, mas assim não. No way. Fico ainda mais deprimida. Essa é que é essa. E saturada.
Constatação do dia
Tenho para mim que trabalhar 7 dias sobre 7, numa média de 10 horas por dia, não vai dar certo. Tenho de pensar num plano B porque tempo nem sempre é sinónimo de eficácia e rentabilidade. E como diria o Maquiavel, eficácia acima de tudo, estratégia, sim, mas que seja uma estratégia produtiva. Portanto, vamos lá reconsiderar.
14 de outubro de 2010
O aconchego de casa
E a vida ganha sentido, devagar, muito devagar. Tudo volta ao seu lugar, ao lugar de onde nunca deveria ter saído. A vida faz mais sentido assim, mesmo se há realidades interessantes que ficaram para trás e outras que hão de vir pela frente. A cada dia que passa, sinto-me cada vez mais em casa. Consigo apreciar as pequenas coisas de estar cá, mesmo sabendo que o meu regresso antecipado de alguns meses - imposto pela minha entidade patronal - representa uma carga adicional de trabalho, geradora de algum stress que era de todo dispensável, mas crise é crise e contra isso não há nada a fazer. Mesmo assim, quando estou a trabalhar, sei que se precisar, bastar-me-á pegar no telefone e de seguida no carro para pôr termo à minha solidão. É com imensa facilidade que me posso perder numa (ou várias) companhia(s), feita(s) de carne e osso, companhia(s) esta(s) que nenhum Skype me deu ao longo de 3 anos. Isto sim é vida, apesar de algumas limitações sentidas a outros níveis. E pronto, posto isto, está na hora de mais um round.
12 de outubro de 2010
Comer, Orar e Amar
Este fim-de-semana fui ver este filme, tal como muito boa gente foi. Por curiosidade, sim, porém não tinha grandes expectativas em relação ao mesmo. Apreciei o filme, não pela excelente prestação dos actores que não me convenceu de todo. O filme não me trouxe nenhuma grande revelação, mas retive uma frase ou apenas um momento do filme, quase no final. Consiste numa ideia muito simples e muito real: qualquer amor é um risco e factor de desequilíbrio, no sentido que nos coloca sempre na dependência do afecto alheio, lembrando-nos que somos seres frágeis, para além de exigir um esforço constante de investimento e de redescoberta do outro. Na verdade, o amor não é dado adquirido e uma relação, seja ela qual for, é de facto exigente. Para quem já sofreu de desilusão amorosa, para quem já passou por um casamento falhado, o fim de uma relação não constitui apenas o fim daquela relação. Vai muito além disso: é todo um mundo que se desmorona à nossa volta, são crenças que deixam de fazer sentido, é a desconfiança que se instala e o medo de sofrer que vence a batalha, porém não a guerra. O amor é um risco. Um risco pesado, que pode a qualquer momento significar sofrimento, mas quem vive sem amor? quem? No lo sei. Acho que ninguém. No final de contas, apercebi-me que tudo isto é um jogo estúpido que se assemelha em muito ao jogo do gato e do rato: andamos numa fuga constante alimentando o desejo profundo de sermos caçados a qualquer momento, e vezes sem conta. Ninguém pode fugir à tentação e à necessidade do amor, e quando esse amor é bom, voltamos lá diariamente para beber a nossa dose de reconforto e de alento para mais um dia de luta. Amor é dependência, mas uma independência que nos ajuda a sermos mais nós. Um verdadeiro contrasenso com toda a significação possível.
11 de outubro de 2010
"Turminha" do "niquinho"
Hoje tive um encontro de último grau. Simplesmente fenomenal. Nada melhor para desopilar o fígado do que experimentar uma aula de Power Jump. Meus amigos! Que revelação! Sabem qual a sensação de se regressar à infância pelo simples efeito mágico de um colchão elástico debaixo dos nossos pés? pois bem. Foi mais ou menos isso. 40 minutos a saltar em cima de um mini trampolim que nem uma louca, feliz por descarregar toda a adrelina acumulada ao longo de um dia chato, depois de ter respondido a cada uma das duvidazinhas dos meus ricos (e ricas) alunos sobre coisas tão básicas como ler um programa e entendê-lo à primeira. Eu acredito piamente naquela coisa que consiste em ler, pensar e depois, eventualmente, colocar uma questão, mas pronto, isso sou eu. Mas eu, como sou uma tipa paciente, e entendo que, apesar da crise, todos temos direito ao benefício da dúvida, eu respondo sempre, e escrevo sempre respostas personalizadas, ou seja, muitas respostas, o que para mim significa tempo gasto logo perdido. Enfim, voltando ao meu trampolim miniatura sob o qual me deliciei a enterrar os calcanhares como se não houvesse amanhã, posso afirmar que foi bom e recomendo. A cereja no topo do bolo foi o instrutor, bracarense de gema, fanático do trampolim, que volta e meia, perdido no seu entusiasmo quase que deslocado, se virava para nós apelidando-nos de turm[ínhã] - note-se a entoação bracarense que dava uma sonoridade única àquele momento inesquecível - repetindo vezes sem fim "só mais um ni[quiñho]". Melhor que isto não pode. Não pode. Foi sem dúvida, de longe, mas de muito longe, o "meu momento" do dia. Agora estou rota e daqui por meia hora, o que me vai apetecer mesmo vai ser uma cama, seja ela qual for, com ou sem colchão de elástico. Bendito trampolim. You saved my day. Aleluia. Aleluia.
Crise
Crise é um eufemismo que rapidamente caírá em desuso (quando o FMI cá entrar) para qualificar um país onde a incompetência roça a ignorância e a inconsciência. Desde que cá cheguei, quem está em crise sou eu. Não consigo acompanhar o país que me rodeia. Desde que cá cheguei, as minhas perspectivas de futuro reduziram drasticamente. A minha bolsa de estudo foi-me retirada e o meu ordenado mingou. Contingências do momento dir-me-ão alguns? pois eu respondo que não. Sinto-me estranha a tudo isto. Sinto-me desorientada, e sei que perco tempo num esforço quase que inútil a procurar referências numa orientação necessária, porém incerta. Bolas pá. Merecemos muito mais que isto. Eu, pelo menos, sei que mereço mais. Pelo menos sei que não quero apenas isto. Ainda estou a digerir tudo isto mas hei de encontrar uma resposta, a minha, para lidar com esta situação. E quando penso que sou uma privilegiada da sociedade, ainda fico mais doente. Enfim. Nem sei que diga mais. O pior ainda está para vir e não sei. Não sei de nada.
8 de outubro de 2010
E quando....
E quando a vida dá sinais mais do que evidentes de que alguns sonhos nunca se irão realizar, por maior que tivesse sido o desejo e a força de vencer, o que fazer? Ponderar o porquê, aceitar, na medida do possível, e seguir em frente, mesmo sem saber que "frente" é essa. Há sonhos que eu pensava poder realizar um dia, e hoje sei que eles nunca se irão realizar. Assim sendo, fico naquele estádio do "não sei que diga ou que pense", que é como quem diz sem "reacção". Hoje é assim que me sinto. Hoje sei que falhei em muitas frentes, e que esses erros não têm volta. Na verdade, talvez não tenhamos todos nascidos para realizar certos sonhos. Talvez simplesmente porque não fomos talhados para eles, apesar de acharmos que sim, mas nestas coisas, a teimosia vale de muito pouco. Há dias assim. Maus. Francamente maus.
7 de outubro de 2010
Out of order
Estou cansada. Os meus neurónios fumegam. Seis horas de aulas seguidas. Acabei de chegar e já estou a pensar nos assuntos que tenho de tratar amanhã e eu pergunto-me: como é que gente normal, com filhos, família, e preocupações adicionais às minhas fazem para viverem felizes?É que eu não sei. Não sei mesmo. Ou têm pilas Duracel ou então não são felizes. Resta-me acreditar que quando conseguir assentar de vez, com rotina bem estabelecida, a coisa irá correr um pouco melhor. Até lá estou out.
6 de outubro de 2010
Agradecimentos
Eu, pela metade.
Queria deixar aqui o meu agradecimento a todos e todas que se manifestaram hoje pelo dia dos meus anos. Obrigada a todos/as. Peço desculpa por não ter podido responder mais cedo, mas tive um dia louco, com aulas para dar, dividida entre a casa e a Universidade, entre as compras e a preparação de um jantar de aniversário. Obrigada. Mesmo. Foi um dia muito bom, muito feliz, repleto de gente boa, e foi tão bom ter recebido o vosso calor e ter lido as vossas palavras de amizade e carinho. Obrigada.
ps: o meu telemóvel deu o berro, está neste momento a ser consertado. Ainda não sei quando voltarei a ter telemóvel. Por um lado, é bom: deixei de ouvi-lo a tocar; por outro é péssimo. Tá claro. Desculpem. Tenho um telemóvel suplente, mas é apenas emprestado até que o meu esteja bom de saúde.
ps2: "Amiguinha" das terras belgas, ouvi a tua mensagem. Ligaste quando estava em aulas e depois não te consegui nem ligar nem mandar sms. Não sei se não tinha rooming ou raio. Enfim. Obrigada. Foi bom ter ouvido a tua voz. Ligo-te ainda esta semana para saber de ti.
3 de outubro de 2010
Home
O dia está de chuva. Hoje já estive com quem eu amo. Estive com a pessoa que eu amo, com a minha mãe, com a minha tia (madrinha) e vou estar com a minha amiga A. Agora vou curtir uma soneca, vou ler um pouquinho na minha cama (genuína) e, pela primeira vez desde há muito muito tempo, não me vou pôr a imaginar o que estarão "eles" todos a fazer neste preciso momento, longe de mim. A isto eu chamo felicidade. Por enquanto, isto basta-me e sabe-me (muito) bem. Amanhã veremos. Um bom Domingo a todos.
Quantas e quantas vezes...
30 de setembro de 2010
Nota Mental
Quando disse que andamos distraídos, andamos mesmo, e o nosso primeiro ministro é o primeiro da fila que anda a dormir em pé. Medidas de austeridade quando o barco está quase a afundar-se? Maravilha! A isto eu chamo "visão", "estratégia" e "competência". Estou a ironizar, tá visto, né? Parece incrível chegar ao século XXI e estarmos a braços com um país à beira do abismo por culpa de quem o governa e não por culpa de quem é governado. Sinceramente. É simplesmente desconcertante. Acredito na democracia, mas não acredito nos timoneiros da democracia portugesa. Algo vai mal neste país e eu, ou muito me engano, ou isto ainda é apenas a pontinha do "iceberg" e isto porque a tributação financeira compulsiva não resolve o problema da competitividade económica e da credibilidade financeira internacional. Piores dias virão. Ah pois pois...Ainda não vimos nada. Nada mesmo. Mas claro que o governo irá consciencializar-se da situação apenas lá para Março de 2011. Até lá vamos todos dormir mais uma soneca. Vivemos mesmo à margem da Europa e nem o Barroso nos valeu de nada. Lindo discurso o dele ontem também. Bem-vindo ao clube!
29 de setembro de 2010
Assumir a diferença
A diferença é algo que requer muita coragem, perseverança e convicção. Assumir a diferença não é para todos. É uma "qualidade" reservada aos insatisfeitos, aos lutadores e aos loucos. Um direito que apenas alguns decidiram assumir plenamente, contra tudo e contra todos, numa busca diária de uma harmonia interior que é visível para poucos, muito poucos, e no entanto, tão óbvia. Ontem tive um encontro imediato, e sei que a minha diferença foi comentada, apontada do dedo e o famoso "cochicho" há-de perpetuar este registo por algum tempo. Há lutas que tardam mas não falham. Acontece que a "diferença" não é uma escolha para mim: é uma necessidade. Uma necessidade profunda, densa, quase que palpável, que não obedece a convenções sociais nem a lógicas economicistas. E isto, isto, pouca gente entende, porque nunca souberam o que é vir à tona da água depois de ter roçado o limiar da morte por afogamento. E aqui, não me refiro à morte física. Falo de algo superior e de bem mais profundo. Falo de uma morte que o corpo supera, mas a alma não.
28 de setembro de 2010
Love
27 de setembro de 2010
Ponto de Situação
Ora cá andamos. Volvidos 7 dias sobre a minha chegada, apraz-me dizer que 1º- já tratei do ginásio (ainda mais apetrechado e com vistas privilegiadas sobre os montes e vales do burgo, maravilha, embora, espantem-se, ainda mais caro do que o meu querido e adorável ginásio em Bruxelas); 2- já encontrei um Spa XPTO com tratamentos a metade do preço do de Bruxelas e com o dobro dos tratamentos (oh oh); 3º- já arrumei os livros no sítio (separação de documentação e papepalada ainda não); 4º- já fui ao cabeleireiro depois de 2 meses (ou mais) sem pôr lá os pés; 5º- a minha casa ainda está invadida por uma coisa chamada desarrumação; 6º- tenho sol todos os dias, com uma vista lindíssima (é a loucura total); 7º- posso-me dar ao luxo de beber um café por 1/4 do preço; 8º- quando faço compras no supermecado, sinto-me rica (o que não sou de todo); 9º-aqui a preguiça apodera-se de mim à velocidade da luz; 10º- chegou a hora de me impôr regras severas de disciplina pura. Conclusão: não me enganei quando disse que aqui a vida é (mais) doce, mais calma, e é fácil andar distraído do essencial. Mas assim vos digo, cá temos (mais) qualidade de vida. Ganha-se (muito) menos, somos (muito) mal governados, vivemos completamente na periferia da Europa, em todos os sentidos do termo, mas aqui a vida tem mais cor e mais sabor. Há menos poluição, não se corre para tudo 7dias /7, aqui houve-se o silêncio (coisa rara e nova para mim). Não há nenhuma situação perfeita, e eu continuo a afirmar que o melhor deste mundo é ter o privilégio de poder conciliar o melhor dos dois mundos, e isso depende apenas de mim. O dolce fare niente durou 2 dias, soube-me bem, mas acabou. Hoje é o primeiro dia do resto da minha (nova) vida. Nem sei o que me parece não ter de pegar na mala once more e partir rumo a outra cidade, estranha, bem longe de casa. Sabe super bem, pelo menos por enquanto. Penso que no fim de contas, a adaptação está a decorrer de forma gradual, alternando momentos de perfeita sintonia com momentos de máxima confusão mental, mas quero acreditar que tudo irá ao sítio. Quero acreditar que o melhor está para vir porque ninguém me convence que viver fora durante 3 anos, sozinha, e num ambiente estranho, onde a simpatia e o sol não abundam, seja um ideal de vida. Não pode e não o é. De todo. Viver acompanhado ou temporiaramente, talvez, sim. Caso contrário, é uma opção de vida "contra-natura" e altamente desgastante, com tudo de bom e de mau que isso pode significar em potencial.
25 de setembro de 2010
Lost
Acordo a meio da noite sem saber onde estou, tenho sonhos que falam de Bruxelas, dos meus hábitos de vida lá e acordo de manhã sem chão. Sei que aqui tenho quem eu amo, mas o meu coração pede algo mais: pede realização, pica, adrenalina e sinto-me ressacada que nem drogado em plena abstinência.
Tenho dificuldade em reencontrar o meu espaço, em entender as conversas. Não falamos bem a mesma linguagem e o meu ritmo ainda não conseguiu adapatar-se ao compasso adormecido que se vive por cá. À minha volta, vejo um país bonito, limpo, com muita qualidade de vida, mas vejo pessoas adormecidas, alienadas, e sem recursos para realizar o seu potencial. Aqui a vida é dura, mas a vaidade, o desleixo e a mediocridade dos poderosos é notória. É pois neste país feito de contradicções que eu tenho de viver a partir de hoje e por uns bons tempos.
Tenho o carinho de todos, tenho uma casa farta, grande, e mesmo assim, sinto falta daquela adrenalina que me levava sempre ao limite das minhas capacidades intelectuais e onde o rigor e disciplina eram regra.Tenho saudades da minha liberdade e chego a pensar que me tornei numa pessoa bem diferente, onde o amor é pensado apenas a dois, e onde a ligação afectiva a uma casa deixou de fazer sentido. Sou uma pessoa muito mais pragmática e muito mais rigorosa, sem paciência para conversas de café, nem tempo perdido a ver tv. A vida aqui é doce, demasiado doce, chego mesmo a pensar que por cá andamos demasiado distraídos e despreparados para os desafios do presente e do futuro. Nas ruas, leio a saturação, um cansaço associado à impotência e à ausência de sonho. Chego finalmente à conclusão que não sou a única a estar perdida neste país com tanto para dar.
24 de setembro de 2010
Constatação
Constatação do dia: pôr ordem na minha vida e aperceber-me que todas as minhas passwords de acesso a serviços e internet levam o nome da minha cadela que morreu no ano passado. E isto acontece de há 10 anos para cá. A isto eu chamo "dilema pessoal íntimo"; compensação psicológica; fragilidade. Ponto.
Lado + de dar aulas
Sentir que miúdos de 18 anos bebem o que eu digo e que daquele lado mora a esperança e a enorme possibilidade em mudar o Mundo, a começar por Portugal. Gosto de alimentar essa esperança, depositando toda a responsabilidade nas suas mãos, fazendo-os sentir importantes. A isto eu chamo motivação positiva. Tudo isto é um risco, um investimento, um desgaste, mas é sobretudo (um)a (minha) aposta no futuro. E eu acredito que eles poderão fazer a mudança, desde que alguém acredite que eles poderão dar o melhor de si e que todos têm um potencial por realizar. E eu simplesmente acredito, exigindo resultados (desde hoje) e (muita) determinação.
22 de setembro de 2010
Back to real life
E cá estou. Ainda não consegui desfazer a mala, os mil e um caixotes acabaram de chegar, amanhã já tenho de lidar com a realidade chamada "aulas" e estou ainda em transe. Ontem foi o meu pior dia desde que cá cheguei. Foi como me esbarrar na parede depois de uma travagem brusca. Aqui é tudo muito mais lento, é tudo sempre para depois de amanhã, perde-se imenso tempo e energia a falar dos outros, e de pequenas coisas sem interesse. Ontem estava quase tentada a pegar num avião e regressar. lol. Mas não. Não chega a tanto, mas vou precisar de tempo, algum tempo para voltar a entrar no esquema. Oh que sim...Oh que sim....
19 de setembro de 2010
De mim para mim, sempre
Para todos os amigos/as
18 de setembro de 2010
Viver para ganhar
Viver é ganhar (no intervalo d)as perdas. É perder o chão depois da segurança, é conhecer o abismo da dúvida depois da verdade. Viver é reconhecer o rasgar das carnes perante a dificuldade, é o reter da lágrima na profundidade da dor. É correr sem destino, é fechar os olhos e sorrir. Viver é saborear o momento presente e sonhar com o futuro. É acariciar as memórias que nos embalam à noite. Viver é acreditar que fizemos as escolhas certas nos momentos de encruzilhada. É aceitar a nossa condição e apreciar a nossa riqueza. Viver é aprender a lidar com o silêncio. É valorizar a solidão.Viver é assumir que somos imperfeitos mas belos. É aceitar que temos o direito de ser felizes. Viver é saber assumir a obrigação de lutar para se ser feliz independemente das circunstâncias.
17 de setembro de 2010
Despedida
Estou a escassos segundos de deixar o meu escritório da ULB e só me apetece chorar. Nunca pensei que fosse ter este sentimento de perda. Adorei este cantinho e aqui travei uma das maiores lutas da minha vida. Nunca me esquecerei. Agora fica apenas a lembrança e a saudade deste espaço de enorme liberdade. Um espaço que transformou a minha vida e que "me" transformou. Até breve.
16 de setembro de 2010
Liberdade
Um já cá canta mas ainda teve a ousadia de me retorquir um "afinal, sempre conseguiste". Eu tremia que nem vara verde, mas consegui, consegui impôr os meus direitos e revindicar o que era meu depois de me tentarem dar o golpe do baú à descarada. Fiz um cheque-mate arriscando o tudo ou nada, e poderia ter perdido, mas se tivesse perdido, não teria sido a única a perder, por isso, venci. E depois da descompressão, senti pela 1ª vez a nostalgia de deixar Bruxelas para trás, o que no fundo, para mim, representa deixar a minha liberdade para trás. E fico a pensar, se lá, em Portugal, o meu espaço de liberdade será o mesmo? Será? ou irei chegar ao cúmulo de sentir saudades desta adrenalina, desta selva, e tudo isto, só por causa dela? da liberdade? será? Só o tempo dirá.
Balanço
Depois de um senhorio que me mentiu para me passar a perna, e um futuro inquilino que pensava levar-me por lorpa na sua conversa do coitadinho Sueco, pai de família, que anda de porche mas não tem 1 euro para um café, tive de repensar a minha vida e aplicar o golpe do tudo ou nada. A estratégia deu logo de si mas ainda não está tudo ganho. Pu-los a sofrer aos dois por uns dias, e hoje é o dia do meu asserto de contas com um e segunda-feira com outro. Ando num stress que nem sei e cansada desta gente altrabona que pensavam levar a melhor, mas que me obrigaram a pôr as garras de fora e jogar o jogo deles. Odeio. Odeio, mas teve de ser e ainda não está tudo ganho. É jogar até ao último minuto, para não dizer até ao último segundo. Ando com o estômago num 8 mas isto não fica assim.
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