2 de novembro de 2010

O Trapézio da Vida


O dia acordou solarengo. Um sol enorme. Belo. Quente. A vida acontece numa correria quase que normalizada. O amor manifesta-se aqui e ali colorindo os escassos minutos de retempero da alma. As pausas são curtas, mas plenas. A vida decorre sem grandes sobressaltos, sem grandes acontecimentos, numa paz compenetrada, rentabilizando forças e investimentos com os olhos postos num futuro ainda desconhecido. Não há tempo para queixas. O tempo urge e a vida não pára. Sinto-me que nem uma trapezista, saltando de corda em corda, atirando e largando o meu corpo no vazio, num élan sempre renovado. Olho em frente, mantenho-me firme, respiro fundo num compasso certo e controlado para que o corpo não me falhe. Não penso, não choro, não temo o dia de amanhã. Concentro-me apenas no meu objectivo e no dia de hoje. À noite, recolho-me nos teus braços, durmo um sono profundo, quente, e seguro. A noite é longa, doce e suave. Amanhã é outro dia, muito semelhante a este que passou, mas dia após dia, vou somando pequenos passos que hão de me levar mais longe neste trapézio da vida.

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