Ora cá andamos. Volvidos 7 dias sobre a minha chegada, apraz-me dizer que 1º- já tratei do ginásio (ainda mais apetrechado e com vistas privilegiadas sobre os montes e vales do burgo, maravilha, embora, espantem-se, ainda mais caro do que o meu querido e adorável ginásio em Bruxelas); 2- já encontrei um Spa XPTO com tratamentos a metade do preço do de Bruxelas e com o dobro dos tratamentos (oh oh); 3º- já arrumei os livros no sítio (separação de documentação e papepalada ainda não); 4º- já fui ao cabeleireiro depois de 2 meses (ou mais) sem pôr lá os pés; 5º- a minha casa ainda está invadida por uma coisa chamada desarrumação; 6º- tenho sol todos os dias, com uma vista lindíssima (é a loucura total); 7º- posso-me dar ao luxo de beber um café por 1/4 do preço; 8º- quando faço compras no supermecado, sinto-me rica (o que não sou de todo); 9º-aqui a preguiça apodera-se de mim à velocidade da luz; 10º- chegou a hora de me impôr regras severas de disciplina pura. Conclusão: não me enganei quando disse que aqui a vida é (mais) doce, mais calma, e é fácil andar distraído do essencial. Mas assim vos digo, cá temos (mais) qualidade de vida. Ganha-se (muito) menos, somos (muito) mal governados, vivemos completamente na periferia da Europa, em todos os sentidos do termo, mas aqui a vida tem mais cor e mais sabor. Há menos poluição, não se corre para tudo 7dias /7, aqui houve-se o silêncio (coisa rara e nova para mim). Não há nenhuma situação perfeita, e eu continuo a afirmar que o melhor deste mundo é ter o privilégio de poder conciliar o melhor dos dois mundos, e isso depende apenas de mim. O dolce fare niente durou 2 dias, soube-me bem, mas acabou. Hoje é o primeiro dia do resto da minha (nova) vida. Nem sei o que me parece não ter de pegar na mala once more e partir rumo a outra cidade, estranha, bem longe de casa. Sabe super bem, pelo menos por enquanto. Penso que no fim de contas, a adaptação está a decorrer de forma gradual, alternando momentos de perfeita sintonia com momentos de máxima confusão mental, mas quero acreditar que tudo irá ao sítio. Quero acreditar que o melhor está para vir porque ninguém me convence que viver fora durante 3 anos, sozinha, e num ambiente estranho, onde a simpatia e o sol não abundam, seja um ideal de vida. Não pode e não o é. De todo. Viver acompanhado ou temporiaramente, talvez, sim. Caso contrário, é uma opção de vida "contra-natura" e altamente desgastante, com tudo de bom e de mau que isso pode significar em potencial.
Que bom ouvir descrever a tua nova vida duma forma quase poética...
ResponderEliminarContinua, vai dando conta disso , pois é muito bom "Ler-te".
Beijinhos grandes