12 de maio de 2010

Viajar (parte I)


Desde adolescente que sempre me imaginei a viajar pelo mundo fora para descobrir a tal diversidade multicultural. Quando alcancei os 18 anos, desenvolvi uma paixão pelo trabalho da ONU, e pelo trabalho da UNESCO, mais em particular, e foi então que me apaixonei pela antropologia social e cultural. A diversidade da cultura é algo que me fascina ainda hoje. Mas mais do que pela diversidade cultural como dado bruto, interesso-me muito pelo "diálogo intercultural" como sub-produto daquele.
Como é que este diálogo se processa, como é possível estabelecer uma ligação entre dois seres que pensam, agem e sentem de forma diferente apesar de serem ambos "seres humanos". No fundo, o hardware é o mesmo, apenas o software é que muda. Claro que isso faz toda a diferença daí que a harmonia entre os povos seja algo de tão difícil de ser alcançado, no mundo de hoje, e desde sempre.
Uma coisa é certa: uma coisa é estudar as teorias antropológicas que nos introduzem neste mundo maravilhoso, outra é viver nele diariamente. Lidar com a diferença é cansativo, requer um esforço constante de consciencialização do meu acto e da interpretação do outro face ao mesmo. Obriga-me a pensar como é que o outro pensa, como sente e isso é obra. Hoje entendo perfeitamente oss motivos pelos quais este diálogo é tão difícil. Há dias em que penso que este é mesmo impossível porque cada um de nós é um mundo sem fim. Somos um poço de sabedoria, de conhecimento, de experiências, de caminhadas que dificultam esse diálogo.
Apesar de tudo, penso que se aprende "algo mais" quando se lida com a diferença. Sair de casa, viajar, alargar os nossos horizontes é sem dúvida uma prova de crescimento que nos modifica para todo o sempre.

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