E depois há a parte menos boa do acto de viajar, sobretudo quando não se tem uma vida familiar estável em que o outro possa ser um grande apoio, a rectaguarda da casa. E sejamos sinceros, por mais que as mentalidades tenham mudado, ainda é difícil senão impossível encontrar um homem que não se importe de ser a "mulher do casal". Ou seja, que seja aquele que cuide dos filhos, da casa, do cão, da louça, da roupa, dos biberões, das fraldas, das noites mal dormidas, e como tal, esta coisa de querer viajar, e conhecer outros lugares, leva-nos a reconsiderar as nossas oções de vida: será que é isso que eu quero? será que terei de sacrificar a minha vida como mãe? como filha? como esposa? será que o meu eu independente terá de imperar para que este crescimento como pessoa seja possível?
Pois, hoje, tenho muitas mais dúvidas do que tinha há 3 anos atrás e a verdade é que não me imagino a viver sempre em Portugal, sem poder conciliar o meu crescimento profissional e pessoal, com o acto de viajar. É que o meu crescimento profissional passa muito por aí, felizmente ou infelizmente. Aterrar em Portugal é estagnação garantida.
Por isso, não há bela sem senão e quando se chega à minha idade, já não pode dar ao luxo de adiar estas questões de ordem muito prática (e imediata).
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