11 de maio de 2010

Portugal por um fio



Mal me levanto de manhã, ligo a tv. Sintonizo logo o canal Português, a RTP Internacional para ver as notícias que preocupam o nosso país. E se há dois dias atrás não se falava de outra coisa senão a vitória do Benfica (não tenho nada contra o futebal e muito menos contra o Benfica), hoje era a notícia da chegada do Papa.
Para além de não entender como é que se pode parar um país inteiro por causa do desporto, também não entendo como é que se para um país, uma economia, uma sociedade pela vinda do Papa. Não entendo. Há algo de inconsciente, uma fuga para a frente que me interpela. Como é possível? como é possível um país, tão pequeno, a braços com uma crise económica, social e política generalizada, se dar ao luxo de parar?
Eu respeito o Papa e nem acho bem nem mal que ele venha a Portugal (why not), mas parar o país???? Isto é de uma inconsciência que roça o obscurantismo.
Custa-me dizer isto mas situações destas fazem-me lembrar os tempos da ditadura e do Salazar em que a Igreja e o Estado andavam de mãos dadas e muita coisa acontecia à custa da fé e da ignorância do nosso povo.
Adoro Portugal, aprecio imenso o nosso Portugal. Acho que somos um país com uma beleza e uma simplicidade genuína e incrível. Temos uma alma que se sente. É linda de morrer.
Temos tanto mas tanto para dar e tanto mas tanto por fazer. Isto é preocupante. Muito. Parece-me a mim que andamos a fazer equilibrismo mas sem rede.

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