2 de março de 2010

O meu Blog e Eu


Alguma vez já pararam para pensar no significado do vosso blog? Alguma vez pararam para entender porque decidiram inicar um blog? Quais as motivações, as carências, enfim, as circunstâncias, sempre únicas e individuais que vos levaram a criar um blog, o vosso blog?
Pois bem, tentem fazer esse exercício de introspecção e depressa lá chegarão.
Um blog não surge do nada, ou por nenhum motivo aparente. Nada é aparente e um blog surge porque há uma necessidade por satisfazer, uma carência, seja ela qual for, por preencher.
A verdade é que, sejamos mulheres, homens; tenhamos um blog de índole profissional ou pessoal, um blog é o nosso retrato. Um blog somos nós.
Um blog diz tanto do que somos e sobretudo do que (ainda) não somos.
Um blog ajuda-nos a fazer a catarse dos pesadelos já vividos e ajuda-nos a materializar, que nem vara de condão, desejos íntimos, profundos que não ousamos confessar a ninguém.
Um blog é o nosso mundo secreto, aquele que não mostramos a ninguém, expondo-o a toda a gente.
Um blog começa sempre por ser num acto solitário, a resposta imediata à solidão, para se tornar uma plataforma de partilha de vivências.
Um blog é a realização fácil, barata (e eficaz) de matar a "solidão". Essa solidão pode ser imaginária ou real, não interessa: o importante é o efeito terapêutico do mesmo.
Um blog ajuda-nos a cuidar do nosso ego, da nossa auto-estima, e põe-nos a falar porque queremos ser ouvidos e, se o fazemos, é porque nem sempre somos ouvidos, por mais in e resolvidos que possamos ser.
Aqui não interessa o que somos, mas o que pensamos ser e o que pensamos que os outros pensam que sejamos.
Encontramos blogs que falam apenas para dentro, e outros que falam sobretudo para os outros, numa necessidade imperativa de reconhecimento. Reconhecimento, atenção, comunicação comigo e com os outros: é isso que se procura quando se cria um blog.
E o outlook? Já reparam no outlook do vosso blog? Se ainda não o fizeram, façam-no: ele diz tudo da pessoa. Se é introvertida, extrovertida; diz tudo dos seus gostos, dos seus anseios, dos seus medos, das suas experiências, das suas carências, da sua forma de vestir, de estar. Reparem nos pormenores da disposiçao das fotos, das cores, das expressões, das múscias, dos símbolos, o conteúdo recorrente das mensagens.
O (nosso) blog somos nós. É o nosso retrato. Está lá tudo.
Um blog diz tudo do que já fomos, do que somos e do que queremos ser. Não sei ( e nem interessa) se ter um blog é bom ou mau: um blog é, simplesmente, e existe porque precisamos dele para realizar sonhos e para afujentar medos.
Um blog é a nossa muleta, é o engenho que nos arranca do anonimato mantendo-se nele.

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