15 de março de 2010

Curiosidades Escocesas



Sabiam que na Escócia tudo tem uma simbologia, tudo tem um significado místico que vai além da própria coisa.
Quando se anda nas ruas, é preciso ter cuidado para não tropeçar num calhau, porque este pode ser algo mais que um calhau. Cá, tudo tem uma significação: desde o nome do Hotel 6 estrelas de Edinburgo que carrega o antigo nome do (mini) império Escocês do séc XVII, à Pedra do Destino (que é um calhau irregular que pesa 152 kg) colocada numa redoma de vidro no Castelo de Edinburgo e que representa o símbolo da soberania Escocesa usurpada pelos ingleses por diversas vezes ao longo da história, desde os tempos do William Wallace do Séc XII passando pelo reinado de Robert de Bruce aos nossos dias.
Aqui tudo tem um nome, tudo está escrito: nas paredes, nas ruas, nas coisas. As bandeiras e os símbolos ornamentam as ruas, as lojas (como a lã, o cachemira, o tartan, a famosa saia escocesa que nunca foi orignária da Escócia, mas enfim) e os múltiplos museus de entrada gratuita cujas visitas orquestram a necessidade redundante de relembrar a memória nacional de um povo que aspira a ter o seu Estado. A cidade está povoada de inúmeras estátuas relembrando escritores, inventores, cientistas Escoceses que mudaram o mundo com as suas descobertas: há que lembrar e relembrar os nomes dos heroís que deram vida a esta pátria.
Até os bancos do jardim estão identificados com os nomes de pessoas anónimas que contribuiram com o seu dinheiro para que tudo nesta cidade tenha nome, tudo tem uma identificação nacional.
Até os ídolos estão nos museus, desde cantores ainda vivos como é o caso da cantora Amy Mcdonald (com apenas 24 anos) até ao afamado primeiro ministro Escocês, Alex Salmond, erguendo a bandeira da Independência e relembrando o papel e contributo do seu partido independista: SNP (Scottish National Party).
Aqui respira-se Escocês, fala-se inglês com um sotaque Escocês (vá lá, não se fala o Galeico, língua originária da Escócia, embora o queiram instituir de novo como segunda língua oficial), as músicas Escocesas entoam nas ruas, homens vestem o tartan e tocam todo o dia relembrando a quem passa que aqui mora uma alma com A grande. São novos, velhos. Ao Domingo, o rugby movimenta as massas como nunca vi. Os homens vestem as saias, o traje tipicamente Escocês. Toda a gente contribui para este espectáculo que chega a ser assombroso, pelo acto forçado desta fabricação identitária sem retorno económico e paralelo político real.
E por último, e porque tudo tem de marcar a diferença, até as ovelhas das zonas mais altas da Escócia chamada highlanders (tb conhecidos como sendo o povo Escocês mais rebelde que terá dado origem ao nacionalismo escocês) ostentam um focinho preto, e são, adivinhem lá: únicas.
Digam lá se isto não é too much? é caso para se dizer: less is more.
nota: para quem chega a Edinburgo, encontra logo esta mensagem, "We are proud of our city, We are proud of our airport". Tudo tem uma simbologia e o orgulho é coisa que ninguém contesta cá.

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