
Um passo de cada vez e hei de chegar onde quero.

Somos muito modernas. Viajamos pelo mundo fora em busca de um Don Juan (que não existe) ou convencidas de que iremos "aprender" a viver sem eles. Pura (e doce) ilusão! Pois por mais modernas, viajadas ou vividas que sejamos, a realidade é sempre muito linear, senão mesmo (muito) básica. Não sabemos (nem queremos) viver sem eles, e por eles, fazemos muito, demasiado. E no final da história, somos é umas tontas. Chegamos a fazer pior figura que as Joaninhas da nossa terrinha que, essas sim, nunca tiveram de sair de casa para ter a certeza do que queriam. Numa palavra: amor. E mais vos digo: ainda bem que assim é pois mau mau, (senão mesmo péssimo), seria achar que se (sabe e se) pode viver sem eles. Eu conheço muito boa gente que pensa e finge (mal) saber viver sem eles, e a coisa não corre bem. Não corre mesmo nada bem.







Pior que andar cansada, é ter toda a gente a dizer-me que estou com ar cansado. Pior ainda que isto, é descarregar em quem não tem culpa de eu estar cansada. Seguem-me? E claro, normalmente descarregamos sempre em quem mais amamos, e eu não sou excepção. A saturação e o cansaço são mesmo tramados. Tiram-nos do sério e tomam conta de nós. Sei que ando cansada e passo os dias a dizer mal da minha vida, e isto, porque estou numa fase algo crítica de produção, com timings apertados, e com uma vontade e uma necessidade de dar o meu melhor. Também sei que este passo, apesar de duro, há de me levar para patamares de desempenho e de oportunidades bem mais altos. Contudo, neste momento preciso, nem quero ouvir falar nisso, aliás, nem acredito nisso de tão focalizada que estou neste "momento". O meu agora, o meu presente faz-se passo a passo, um dia após o outro. Não consigo ver mais longe que o hoje. Estou descrente e irritadiça. Por vezes, nem me reconheço. Só desejo que esta fase passe depressa e que tudo acabe bem.