Hoje apetecia-me curtir uma lareira, ter alguém especial ao meu lado e ouvir apenas o som da chuva a cair lá fora. Mas isto não passa de um sonho. E eu pergunto-me, até quando este ritmo de vida?
29 de novembro de 2010
26 de novembro de 2010
19 de novembro de 2010
E depois de um grande susto...
17 de novembro de 2010
.....
Ter a vida em suspenso é uma coisa tramada. Apesar dos flashbacks que me assolam a moina, procuro manter uma aparente serenidade e não pensar no pior. Aliás, nunca se pensa no pior, sei como é, já vivi este filme num passado ainda recente, passado esse que quero esquecer. Dizia eu então que mantemos sempre o espírito positivo até que o diagnóstico nos tire as dúvidas. Até lá respiramos fundo e desejamos que este pesadelo passe depressa. Pior é se o pesadelo não passar....e vier para ficar.
16 de novembro de 2010
Devia ter ficado em casa
Depois há dias em que uma pessoa até vai na boa fazer uns exames ditos de rotina e regressa a casa com um relatório e com uma biópsia à mama por fazer. Fosca-se. No final penso para mim, mais valia ter ficado em casa quieta porque eu não tenho tempo para estas coisas.
15 de novembro de 2010
Vamos lá
E depois de um fim de semana a trabalhar a meio gás, mas a trabalhar, é duro recomeçar a semana. Os fins de semana são como uma ilha de retempero para a alma. São passados em casa, com trabalho, mas repletos de sorrisos, de gargalhadas, de comida (tou feita ao bife), numa combinação de histórias e de momentos vividos a 2, a 3, e a 5. Sabe mesmo bem.
12 de novembro de 2010
11 de novembro de 2010
Eu e o São Martinho
Explorar o Mundo
Tenho saudades de viajar. Saudades de descobrir novas realidades, saudades de me espantar com o diferente, com o outro. É tão bom embora por vezes tão doloroso sermos confrontados com o outro, mas no final do percurso crescemos sempre por dentro e por fora. Alargamos os nossos horizontes, relativizamos os problemas, a vida torna-se mais leve e mais bonita, sempre repleta de emoções renovadas. Tenho saudades de viajar, de debater ideias com outras culturas, encontrar e descobrir novas racionalidades. Tenho saudades e sei que hei de pôr termo a estas saudades dentro em breve, porque oportunidades não faltam. Mas por enquanto, ainda é tempo de rentabilizar o investimento de 3 anos, e de dar saída a 3 novos desafios que me têm batido à porta desde que cá cheguei, precisamente, vindo de fora, desse mundo que eu não quero esquecer - e que não se esqueceu de mim. Assim sendo, "trabalho" e "recolhimento" marcam a ordem do dia do meu dia a dia, preparando assim novos voos, novos desafios para um futuro que se quer próximo.
9 de novembro de 2010
No comment
Já vou em 220 páginas e ainda me falta 1/3 desta coisa chamada tese de doutoramento. Já vomito entrevistas até aos olhos, fotocópias, artigos de jornais e não sei que mais. Tenho dias em que meus neurónios dão de si, tal como hoje, em que me deitei sem jantar - esqueci-me de jantar - e acordei de madrugada com uma brutal queda de açúcar. Estou ligeiramente farta disto. nunca mais me meto noutra igual. E pronto. De manhã tive de acordar às 7h, consulta de rotina no médico, levei logo com um lista de exames desde mamografia, ecografia, exame ao sangue, electrócardiograma, e levei com uma vacina por bom comportamento. Portanto, ontem foi uma quebra de açúcar, poucas horas de sono no pêlo, hoje estou com dores no braço que nem me mexo. E pronto. Tou a ficar velha. Logo há mais uma rodada de trabalho e depois "temos aulas" que é para não perder o ritmo. E basicamente não faço mais nada na vida se não trabalhar. Já não me lembro de ter um fim de semana livre, nem de ler um livro ligeiro pelo puro gozo.
As a matter of fact...
Quando regressei temi um pouco o choque do regresso. Temi-o em todas as frentes, mesmo no amor. Mas hoje, sei que valeu a pena regressar, sobretudo para estar junto de quem se ama. A vida é de longe muito melhor, para além de diferente, quando se tem alguém bem perto de nós. Sinto saudades de alguns aspectos da vida que levava lá longe, sinto sim, e muito, mas se tivesse de escolher, a minha escolha seria bem clara: regressaria vezes sem fim ou então teria de levar essa pessoa comigo. Espero que isto não seja sinal de velhice :-).
8 de novembro de 2010
Imaginação
Porque a imaginação suplanta as fraquezas do corpo e as falhas da mente. Porque a imaginação remata as peças soltas da vida colocando ordem no desalinhamento das nossas vivências. Porque a imaginação dá cor, brilho e sentido à insensatez da vida. Porque a imaginação arranca-nos sempre um sorriso, mesmo quando choramos por dentro.
5 de novembro de 2010
A cenoura e o burro
3 de novembro de 2010
Mestre das Fintas
Será que nascemos todos com "um manual de instruções" no bolso traseiro das calças? Será que esse plano é talhado de igual modo para todos nós? Não sei. Apenas sei que há projectos que eu quero realizar na vida e que não está fácil realizá-los, simplesmente porque falhei no timing certo do planning. Das duas uma: ou nasci sem calças ou desviei-me do caminho supostamente "certo". Assim sendo, acredito que nascemos únicos, com planos completamente personalizados, mas também acredito que a vida impõe algumas regras gerais de bom funcionamento de modo a assegurar o bom funcionamento e consequente reprodução do sistema como um todo. Sendo assim, eu sou profundamente disfuncional, com tudo de bom e de mau que isso me trouxe e traz. Não cumpri agumas regras mínimas de modo a acautelar o bom funcionamento e reprodução do meu sistema vital. Conclusão, agora dedico-me ao finto que consiste basicamente em fintar as regras da vida, usando o paleio e alguma (muita) dose de devoção. E pronto, com ou sem calças com bolso traseiro, veremos de quem de nós os dois - eu ou o destino - leva a melhor.
2 de novembro de 2010
Sabor do dia
Hoje decidi inovar na minha loucura sã do dia. Não se espantem quando lerem isto porque hoje comprei um bolo mármore, pre-fabricado, numa versão melhorada da Dan Cake (ou não), e matei o bicho do desejo que havia em mim. Custou-me 70 cêntimos e foi de longe a melhor compra do dia, da semana e do mês. Aquele bolo satisfez-me os meus desejos mais primários, contribuindo grandemente para a minha estabilidade emocional. E pronto. Isto não tem nada de profundo, a não ser que para mim o prazer não tem lugar, hora, ou dia marcado. O prazer advém quando menos esperamos e eu dou-lhe sempre ouvidos. A palavra sabor, taste ou saveur escreve-se de vários formas mas terá sempre a mesma significação onde quer que eu me encontre. O importante é saborear a vida com todos os seus paladares, dos mais primários aos mais requintados. Portanto hoje foi dia de bolo, do mais rasco que há. Who cares, life could be worse.
O Trapézio da Vida
O dia acordou solarengo. Um sol enorme. Belo. Quente. A vida acontece numa correria quase que normalizada. O amor manifesta-se aqui e ali colorindo os escassos minutos de retempero da alma. As pausas são curtas, mas plenas. A vida decorre sem grandes sobressaltos, sem grandes acontecimentos, numa paz compenetrada, rentabilizando forças e investimentos com os olhos postos num futuro ainda desconhecido. Não há tempo para queixas. O tempo urge e a vida não pára. Sinto-me que nem uma trapezista, saltando de corda em corda, atirando e largando o meu corpo no vazio, num élan sempre renovado. Olho em frente, mantenho-me firme, respiro fundo num compasso certo e controlado para que o corpo não me falhe. Não penso, não choro, não temo o dia de amanhã. Concentro-me apenas no meu objectivo e no dia de hoje. À noite, recolho-me nos teus braços, durmo um sono profundo, quente, e seguro. A noite é longa, doce e suave. Amanhã é outro dia, muito semelhante a este que passou, mas dia após dia, vou somando pequenos passos que hão de me levar mais longe neste trapézio da vida.
1 de novembro de 2010
Hallow
Hoje é dia de celebração do dia dos mortos e eu odeio esse dia. Odeio-o por motivos muito pessoais que se prendem com a ausência do meu pai para todo o sempre. Como poderei eu celebrar esse dia? Nunca. Jamais. Desprezo esse ritual absurdo que consiste em lembrar quem amamos uma vez no ano, ostentando as melhores peças de roupa e deambulando-nos pelos cemitérios como se de um café se tratasse. Odeio esta falta de respeito duplamente manifesta para quem já partiu e para quem cá ficou. O recolhimento é para mim sinónimo de silêncio, de comunhão vivenciada na solidão, longe dos olhares dos outros, longe do barulho e das gargalhadas de café. Odeio este dia. E por mais que me tente abstrair deste dia, não consigo. Não consigo entender quem se presta a este ritual de visitação com toda a pompa e circunstância. Não consigo. Por dentro, sinto-me devastada, ceifada, vazia. Talvez por isso se fale tanto no Hallow-een. "Hallow" não significa vazio? Não será tudo isto uma espécie de culto pagão ao vazio espiritual. Como todo o devido respeito para quem leva toda esta tradição muito a sério, confesso a minha confusão mental em descodificar o verdadeiro sentido destes cultos desprovidos de sustância espiritual.
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