1 de março de 2011

Há merd@s que me tiram do sério

Eu nunca escrevi um palavrão mas hoje apetece-me. Há coisas que me tiram do sério, como por exemplo ter um ano filho da mãe com aulas até dizer chega (que eu preparo com cuidado sempre, em cada ano, não há repetições) e duas centenas de alunos que não deveria ter tido porque na verdade regressei mais cedo porque havia colegas impacientes. Sendo assim, lerpei com um semestre tramado, com aulas, com muitos alunos, muitas provas e pouco tempo para parar para pensar em mim. É o meu trabalho, eu sei, e eu gosto dele, mas fico danada quando os colegas, ou por inveja, ou porque simplesmente querem ganhar algo sem fazer nada, me vêm pedir para organizar um summer school "porque tu conheces pessoal lá fora," e mais uns seminários "porque tu conheces pessoal lá fora", e já agora, "não te importavas de orientar aqui este aluno de doutoramento porque ele quer tratar assuntos da tua especialização e eu, a orientadora oficial não percebo nada disso, mas não me importo de ser subsidiada para a minha investigação por causa disso enquanto fazes o trabalho todo". Que tal? é um bom negócio? eu, olhando para a cara dos alunos, não digo que não. Mais, depois ainda vem pessoal da Universidade de Bruxelas a pedir-me igualmente orientação porque eu é que entendo disto quando há lá marmanjões que são pagos para isso e que supostamente vêm de "instituições de renome". No entretanto, a moura portuguesa trabalha pelo prazer?????? Pois, hoje, fartei-me, e digo basta. Agora eu não faço mais nada, não ajudo mais ninguém porque eu tb quero pôr o rabo no banco dessas ditas instituições de renome, não com o intuito de aprender muito mais do que poderia fazer noutro sítio qualquer, mas para poder ter o proveito da fama já que tenho o proveito do trabalho. E vai ser para bem breve. Depois, não me importo de ter o trabalho, a fama e o dinheiro associado ao mesmo. Mas agora, chega. Tou farta. Agora deixem-me trabalhar para mim, e entretenham-se com os líricos intelectuais afamados. Afinal eles é que sabem, certo? Então "prontos", como diria o outro. Preciso acabar a tese, deixem-me em paz. Vão lá ter com os vossos amiguinhos sabichões. Tou danada!!!!!!! E preciso de pôr uma rolha na boca do meu orientador que volta e meia, hoje foi a terceira vez, me acena com novas oportunidades nessas tais instituições de renome, e fico irritada, porque nem ele entende que só consigo fazer uma coisa de cada vez e tudo a seu tempo! E se ele soubesse o quanto eu detestei o pessoal com quem me cruzei e que vinham precisamente dessas tais instituições top. Oh oh....Houve de tudo, mas a maioria é um bando de líricos que não sentem nem vivem o que estudam e com uma falta de flexibilidade mental pavorosa. Mas que conhecem as teorias, conhecem! lá isso, nada a dizer. Um rigor que até doi mas depois na prática, ninguém lhes pode tirar o ponto do "i", nem a ordem da frase senão cai o carmo e a trindade. Não vai o catedrático dizer que está mal e levarem no rabinho. Odeio gente sem ambições. Mas eu hei de lá ir, para inglês ver. Dá sempre jeito para abrir portas e diga-se o que se quiser, vive-se muito de aparências, lá e cá, graças a deus. Tou farta de maus negócios e tou a ficar velha para ser levada por lorpa.

3 comentários:

  1. Isso mesmo mulher.
    Tu não te fiques e mostra o que vales, e faz-te valer por isso.
    Beijinhos.

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  2. Força Sandrina, aproveita este espaço para descarregar , organiza as ideias e vai-te a eles...
    Ninguém para uma mulher persistente e corajosa!!!

    Beijinhos

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  3. Obrigada às duas. E peço desculpa mas aqui eu desabafo porque fora eu não o faço de uma forma tão verbalizada ou sentida.
    Darei novidades sobre este assunto daqui por uns tempos.
    Beijos

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