Gostei deste filme pela intensidade das emoções lá retratadas. A sensação do abismo e da ausência de referências quando somos arrancados para um desafio intensamente e longamente desejado, mas que põe em causa as nossas próprias limitações enquanto pessoa humana que somos. É pois um processo de (re)descoberta alucinante em que tudo à nossa volta é observado e inquirido ao mais ínfimo pormenor e em que passamos a desconfiar de tudo, dos outros e da nossa própria sombra, porque assolados pela insegurança e pela busca da perfeição (que só existe na nossa cabeça). Esta caminhada retrata um turbulento processo de redescoberta, processo este que no filme é levado ao extremo da sua vivência. Como eu entendo aquela sensação, aquelas paranoias, aquela loucura imaginária. Foi por tê-la vivido na 1ª pessoa que achei o filme "intenso" porém "assustador". Para outras pessoas, este filme não terá sido nada demais. Será mesmo um retrato algo paranóico de uma miúda frágil e insegura, cujo potencial foi levado ao extremo da morte auto-infligida (ou não), ou seja, a um acto transloucado de pura demência momentânea....mas eu não o vi assim. Mesmo assim, para mim, está claro que esta busca da perfeição é saudável e legítima desde que ela nos leve mais longe no nosso crescimento e nos traga segurança e maturidade mas nunca a morte.
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