Vou mudar de vida. Relógios a postos porque a partir de amanhã, inicio um novo ritmo de vida porque esta coisa de ir ao ginásio 4 vezes por semana e engordar 3 kilos desde o Natal, não está com nada. Sinto aqui a presença de muitos docinhos, directamente vindos da casa do gajo. Portanto isto está a correr mal e eu detesto sentir que estou a perder o controlo. Vai contra os meus genes. Portanto, amanhã inicio um novo plano de austoridade. Mas lá no fundo, lá no fundo, sinto saudades do tempo em que andava a pé para me deslocar ao local de trabalho. Aí Bruxelas, Bruxelas, bons velhos tempos...Aqui come-se mais, anda-se menos e pronto. É inevitável. Raios para a minha veia comilona...fecha a boca mulher e corre! tá dito.
28 de fevereiro de 2011
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Saudades
Nómada em estado puro
Quando me divorciei decidi que iria ser nómada por uns tempos. No início foi por necessidade de sobrevivência, mais tarde virou um hábito imposto pelas circunstâncias exteriores, e hoje faz parte de mim. Quando mais o tempo passa, olho para trás como se de outra vida se tratasse, outra eu, outras pessoas à minha volta, outra visão da vida onde uma vida com hábitos, regras e formalidades deixa-me em pânico. A dor da perda e a vivência do vazio foram vividos com tamanha intensidade que hoje tudo que possa inspirar estabilidade causa-me arrepios. E isto porque esse sentimento já foi vivido com tamanha certeza e foi derrubado com tamanha violência que, para mim, a vida acontece apenas todos os dias, desde as pequenas coisas às grandes revoluções. Passei a não temer as grandes mudanças, mas deixei de as planear ao milímetro. Penso nelas, mas não as desejo como se fossem o fim último. Para mim, elas são apenas o culminar de uma transformação e de uma realização que se quis lenta, e progressiva. Odeio que me imponham metas porque temo sempre o vazio que se segue às mesmas. Daí eu adiar sempre o fim das tarefas agradáveis que me dão para fazer. Temo sempre o day after. Temo que nesse dia, eu não me reencontre ou não encontre o sentido à vida. Porém, no fundo, sei que desejo (voltar a) ter certezas e que elas me fazem feliz porque balizam o meu ego no campo da estabilidade e me dão a segurança que necessito. Esta é a contradicção lógica de quem já perdeu muito, e de quem não quer voltar a perder de novo mas deseja que tudo faça sentido de novo como se de uma tábua rasa se tratasse, desejando, acima de tudo, que o passado não volte nunca mais.
Ainda a respeito do Black Swan...
Gostei deste filme pela intensidade das emoções lá retratadas. A sensação do abismo e da ausência de referências quando somos arrancados para um desafio intensamente e longamente desejado, mas que põe em causa as nossas próprias limitações enquanto pessoa humana que somos. É pois um processo de (re)descoberta alucinante em que tudo à nossa volta é observado e inquirido ao mais ínfimo pormenor e em que passamos a desconfiar de tudo, dos outros e da nossa própria sombra, porque assolados pela insegurança e pela busca da perfeição (que só existe na nossa cabeça). Esta caminhada retrata um turbulento processo de redescoberta, processo este que no filme é levado ao extremo da sua vivência. Como eu entendo aquela sensação, aquelas paranoias, aquela loucura imaginária. Foi por tê-la vivido na 1ª pessoa que achei o filme "intenso" porém "assustador". Para outras pessoas, este filme não terá sido nada demais. Será mesmo um retrato algo paranóico de uma miúda frágil e insegura, cujo potencial foi levado ao extremo da morte auto-infligida (ou não), ou seja, a um acto transloucado de pura demência momentânea....mas eu não o vi assim. Mesmo assim, para mim, está claro que esta busca da perfeição é saudável e legítima desde que ela nos leve mais longe no nosso crescimento e nos traga segurança e maturidade mas nunca a morte.
24 de fevereiro de 2011
18 de fevereiro de 2011
Densidade
Densidade. Adoro a densidade nas pessoas e nas pequenas coisas que me rodeiam. Pequenos nadas, pequenos gestos, pequenos rasgos que tecem imediatamente a fronteira entre o sentido e a ausência do mesmo. Adoro sentir, lidar com gente que possuiu densidade. Densidade de vivências singelas mas profundas, aquelas que marcam a alma conferindo-lhe uma identidade. Um sentir espesso solto numa voz grave, profunda, mas serena. Um sorriso maduro esboçado no aconchego do tempo que já foi agre e doce, tímido e inseguro, mas que hoje se expressa com força e firmeza. A profundidade de um toque, de um abraço, de uma entrega que acontecem na eloquência do silêncio mais profundo. É esta profundidade que eu aprecio e que me fascina. É esta densidade humana que transforma a(s) dor(es), a(s) ruga(s) e a(s) perda(s), em momentos de "crescimento" que poucos sabem testemunhar, mas que eu sei apreciar.
14 de fevereiro de 2011
4 de fevereiro de 2011
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