20 de agosto de 2010

Pequeno aparte

Gostava de não me sentir inferiorizada quando me olham com espanto pelo facto de eu me apresentar como sendo portuguesa sempre que participo em reuniões (ditas) científicas no estrangeiro. Disse bem que gostava de não me sentir inferiorizada, mas sinto-me. É que essa coisa de acharem o meu nome exótico ainda aguento, mas àquela de acharem "giro" o facto de eu ser portuguesa é claramente ofensivo. Sei, desde sempre, que não nascemos todos iguais perante a lei dos homens, mas a minha indignação face a semelhante reacção "primária" repete-se vezes sem fim. E eu não posso, não quero e não irei nunca lidar com naturalidade com estas reacções ditas inofensivas porque tenho para mim que não há nada de menos inócuo do que estes pecaminosos juízinhos de valor. Mas a cereja no topo do bolo ainda estaria para vir. Docinho docinho foi ter-me dirigido em português a um brasileiro que lá estava e este ter-se recusado a falar português, acrescentando mesmo (e isto falando sempre em inglês) que só o faria se estivesse bêbado. What else can I say?

2 comentários:

  1. Tristeza para aqueles que renegam as suas origens
    Pobres de espirito que não passam de coisinhas sem sentido.
    O respeito também se ganha com o confronto e a coragem, se calhar nós portugueses também somos culpados por deixar passar tanta coisa em branco que tem a ver até, com a nossa dignidade.
    Vivam os diferentes e parabéns por fazeres parte desses, continua

    Beijocos

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  2. Obrigada Teresa. Até me arrepdiei ao ler. Muito obrigada. É tão bom ter-te por cá.
    Beijinhos

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